domingo, 30 de setembro de 2012

Em CAMBORIÚ-SC, o dia da falácia será no dia 7 de outubro neste ano de 2012...




Faltando apenas uma semana para as eleições, um fato ficará marcado para sempre na cidade de CAMBORIÚ-SC.

Falácia, este é o nome que se dá ao blá blá blá sem base lógica de qualquer resultado que fora premeditado pelo incauto...

Trata-se na verdade, do comportamento do ex-prefeito Edinho (Edson Olegário)  que comentava aos quatro ventos de que “Eu botei eu tiro” (uma referencia ao mandato da atual prefeita Luzia Mathias Coppi).

- Quem a colocou foi o povo da cidade na individualidade de cada voto.

Sem entrar no mérito, mas, apenas esclarecendo...

Quem tem propostas e projetos para a cidade são os partidos políticos, na verdade, muito diferente do que propagam certos candidatos despreparados que se esmeram em personalismos ou narcisismos...

Pensar que o povo é voto cabresto, no mínimo é estar longe da realidade.

Primeiramente é preciso lembrar o comportamento deste cidadão que, na única vez que fora eleito a um mandato popular pisou nos tomates de todas as formas...

Na verdade, o “galo” (como é chamado por moradores) fez exatamente o que nenhum político consciente, ilibado e comprometido com a cidade faria...

A lógica popular irá se concretizar nas urnas que se aproximam neste dia fatídico para a história política da capital do mármore...

Pra quem nunca teve um mandato anterior, ter sido guindado ao nobre cargo de prefeito da cidade de Camboriú, foi como ganhar na mega-sena politicamente falando, mesmo com o apoio de outros personagens ou amigos de outrora, ou seja, foi pura sorte mesmo...

A história irá registrar mais uma falácia política que fora propagada com o objetivo do nada com o nada...

Com uma eleição pautada pelo desprezo a democracia, a vontade popular, pelo terrorismo psicológico, pela destruição insana de placas de propaganda, de faixas e adesivos, de atentados contra veículos particulares de candidatos, e de eleitores, de autoria desconhecida, este ciclo está perto do fim...

Este será o resultado esperado pelo voto consciente e soberano necessário...

Só precisamos aguardar o dia 7 de outubro para a felicidade 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

"Crime Eleitoral"... "O principal templo da Igreja Universal do Reino de Deus em São Paulo é Comitê eleitoral de Russomanno"




Por Celso Lungaretti*












Com indesculpável atraso, acabo de tomar conhecimento da MELHOR análise sobre o fenômeno Russomanno publicada nas tribunas conceituadas (avalio a minha como alternativa): a de Alberto Dines (foto), lenda viva da resistência jornalística brasileira à ditadura militar.


Recomendo com entusiasmo e subscrevo cada palavra.

NINGUÉM TENTA EXPLICAR O 

"MILAGRE" RUSSOMANNO 

É jovem (56 anos), viúvo, razoável pinta, arrumado, verbo solto, experimentado repórter de TV (no popularíssimo Aqui, Agora, do SBT). Já teve votações espetaculares como deputado federal, a primeira em 1994 (pelo PSDB). Depois de tucano experimentou ser corvo de Paulo Maluf, agora é uma águia macedista, alado seguidor do bispo Edir Macedo, imperador do PRB e da Igreja Universal do Reino de Deus.

Celso Russomanno lidera com folga há algumas semanas a disputa pela prefeitura paulistana onde enfrenta simultaneamente, e sem estresse, duas feras eleitorais – José Serra e Lula da Silva.




Opinionistas, politólogos, musas acadêmicas, pesquisólogos e especialistas em eleições acham que o fenômeno não se aguenta nas pernas, e talvez por isso sequer tentam interpretações mais originais para explicá-lo. Já se falou em desgaste da polarização PT-PSDB, em cara nova, neopopulismo, cacarequismo, nova classe média etc., etc. As acusações de corrupção, falsidade ideológica e outras tantas do Código Penal não colam em Russomanno.

Poucos analistas se animam a tocar na explicação fundamental: a formidável politização da religião. Não é a defesa do consumidor que dá robustez à candidatura de Russomanno. É o apoio da maior organização evangélica neopentecostal da América Latina – e talvez a maior do mundo.

Rumo ao passado

A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é uma potência política, econômica, midiática. Edir Macedo, seu fundador, é incomparavelmente mais poderoso do que foi o reverendo coreano Sun Myung Moon, apóstolo da Igreja da Unificação, falecido há dias.

Mesmo que Mitt Romney seja eleito presidente dos EUA e convertido em líder de uma superpotência mundial, Edir Macedo continuará como papa de uma congregação global articulada pelo fanatismo e pelo fundamentalismo.



Colocar Russomanno no centro de uma guerra santa é temerário, mas talvez seja exatamente este o tríplice sonho de Edir Macedo – ser perseguido pela Santa Madre Igreja, desembaraçar-se de Lula e aniquilar a grande imprensa que tanto o incomoda. Isso explica a superficialidade das análises midiáticas sobre a arrancada de Celso Russomanno. Melhor fingir de avestruz, comer areia, do que enfrentar as manadas das seitas político-religiosas iluminadas por holofotes de neon.

Falar no poder da IURD significa trazer para a ribalta o poder recôndito do Opus Dei, hoje um dos polos do poder político brasileiro que a esquerda teima em ignorar e à direita não interessa badalar.



"O principal templo da Igreja Universal do Reino de Deus em São Paulo vem sendo usado pela campanha do candidato do PRB à prefeitura, Celso Russomanno, como um tipo de comitê informal.

O estacionamento do templo da av. João Dias, em Santo Amaro (zona sul), é ponto de encontro de equipes que saem diariamente para fazer campanha nas ruas. À tarde, retornam ao local para devolver materiais de campanha como bandeiras e adesivos.

O partido de Russomanno é comandado por pastores e bispos da Universal, e alguns deles ocupam os principais cargos da coordenação de sua campanha...

A Folha acompanhou quando cerca de 50 cabos eleitorais chegaram ao local, anteontem, por volta de 17h30. Bandeiras em mãos, eles entraram pela lateral do prédio, que dá acesso ao estacionamento, frequentado por fiéis que vão aos cultos.

Os trabalhadores, todos jovens, se dirigiram a uma mesa caraterizada como sendo da Força Jovem Brasil, grupo da juventude da Universal.

Eles formaram filas para deixar ali as bandeiras, que foram colocadas em duas peruas 'adesivadas' com propaganda de Russomanno e do pastor Jean Madeira, líder da Força Jovem, que concorre à Câmara pelo PRB.

Os veículos estavam estacionados dentro do templo. 

Estamos viajando a galope em direção à Idade Média. Seu ícone, bem penteado e bem vestido, não precisa de novas mídias nem de redes sociais; sua força está contida numa mensagem de apenas 19 caracteres: votem em Russomanno. (Fonte: Observatório da Imprensa)

(*) Jornalista e escritor

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

E se toda favela incendiada recebesse habitação popular?



Por Leonardo Sakamoto*
Falar sobre a política higienista de São Paulo é chover no molhado. Afinal de contas, as empreiteiras e os especuladores imobiliários estão aqui, doando recursos de campanha, emprestando parentes para cargos públicos, influenciando o cumprimento e o não cumprimento de regras, como o plano diretor. Ao mesmo tempo, quando forem abertas as contas das eleições, veremos – novamente – a influência do cimento na condução de prefeito e vereadores aos seus mandatos.
Enquanto isso, mais uma favela queimou em São Paulo.
Essa limpeza pelo fogo leva às lágrimas muitas famílias. E abrem imperceptíveis sorrisos em alguns empresários e administradores públicos de olho no erguimento de bancos, salas de concertos e de exposições, teatros, sedes de multinacionais, escritórios da administração pública, restaurantes, equipamentos públicos. E apartamentos, para quem pode pagar, é claro.
A questão deveria ser central nos discursos dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, mas não é. Até porque tem sido função do poder público em São Paulo tornar a vida dos moradores de favelas em áreas de interesse imobiliário um inferno até que eles saiam, seja por ação direta, seja por omissão.
E a desse pessoal, resistir. Eles sabem que não se encaixam no plano de desenvolvimento para a cidade. Sabe como é, né? Aquele bando de gente pobre só ia jogar o preço do metro quadrado para embaixo e afastar os “homens de bem” de perto. Temos um constante Pinheirinho em São Paulo, mas como segue a conta-gotas, não vira manchete. Banalizou-se, como a corrupção ou a superexploração do trabalho.
Ao longo do tempo, fomos expulsando os mais pobres para regiões cada vez mais periféricas. Eles, que têm menos recursos financeiros, gastam mais tempo e mais de sua renda com transporte do que os mais ricos que ficaram nas áreas centrais – com exceção das Alphabolhas da vida. Cortiços e pequenas favelas em regiões de fácil acesso abrigam centenas de famílias. Sem o mínimo de saneamento básico, às vezes sem água e sem luz. A maioria dos moradores desses locais prefere continuar assim, pois transporte é o que não falta e a casa fica próxima ao trabalho – ao contrário do que acontece em bairros da periferia, onde o trajeto até o centro chega a levar três horas, dentro de ônibus superlotados.
Ao mesmo tempo, o Brasil está se tornando um imenso canteiro de obras.
O problema é que há gente morando nos locais onde se quer construir.
O governo brasileiro inundou o país com bilhões em recursos para a construção, com o objetivo de modernizar a infra-estrutura e erguer moradias, girando a economia. Só que “esqueceu” de uma coisa: com o mercado imobiliário aquecido, a busca por áreas urbanas para a incorporação leva à expulsão de comunidades pobres que disputam a posse de terrenos. Se a Justiça considerasse sempre a função social da propriedade para tomar suas decisões, como está previsto na Constituição Federal, a história seria diferente e essas comunidades teriam direitos preservados. Se barracos de madeira em tempo seco fossem imunes a incêncios criminosos ou não, também.
Ah, mas o poder público não acendeu o fósforo, gerou o curto-circuito ou entulhou o lixo que foi combustível da desgraça. Mas sabia que a situação era de risco. E, ao invés de urbanizar a comunidade, preferiu deixar tudo como estava, lancando como prioridade de rodapé. Sim, administradores públicos gostam de serem elogiados pelo que fazem, mas esquecem que – mais importante que isso – são culpados pelo que deixam de fazer.
Como já disse aqui antes, o melhor disso tudo é que a maior parte de nós simplesmente não se importa. Acha um absurdo exageros e injustiças, como todo cordial brasileiro, mas está se lixando para saber como o seu apartamento, energia elétrica, estrada ou estádio foram feitos. Ou quem teve que sair para dar lugar a você. A ignorância é uma benção.
Para parte de nós, favelas que viram cinzas são um incenso queimando em nome do progresso e do futuro.





(*) jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Professor de Jornalismo na PUC-SP, é coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.