quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eu voto em Dilma Rousseff


Não foi difícil pra mim tomar a decisão de votar em Dilma Rousseff.

No primeiro turno o meu candidato foi Zé Maria 16 - PSTU.

Como comentei em outra postagem há um fator determinante pra minha decisão em votar em Dilma Rousseff e, aproveito pra pedir para os amigos e companheiros que façam o mesmo, afinal, não podemos titubear e permitir a menor possibilidade aos “Tucanos das Asas quebradas” alçarem um vôo para o Palácio do Planalto.

Abaixo eu faço a postagem de um editorial dos camaradas do PCML.

Sinto-me a vontade em publicar este editorial. Desde a muito que eu tenho familiaridade no relacionamento com os companheiros deste coletivo Prestista. Tudo começou em 1992 durante o congresso do “racha” do PCB que ocorreu em São Paulo (não sou somente um leitor). Inicialmente nos reunimos no Teatro Záccaro na Bela Vista (região que eu já havia morado nos 70, precisamente na antiga Rua Jandaia, hoje uma praça). Após varias intervenções do coletivo dos chamados comunistas ortodoxos (do qual eu fazia parte) e do discurso final de Ivan Pinheiro, iniciamos uma manifestação pelo Bairro do Bixiga/SP em direção ao Colégio Roosevelt. Lá chegando, formamos vários grupos de trabalho onde a partir dai iniciamos vários debates. Foi exatamente numa dessas atividades que tive a oportunidade conhecer os camaradas Prestistas, hoje formando o PCML (espero não estar enganado, afinal, são apenas lembranças, e não fiz pesquisas). Um dos grupos que tive a oportunidade de debater junto ao seu próprio coletivo foi a OPPL (Organização Popular Para Lutar, e o outro foi o PLP (Partido de Luta Proletário). Ambos os coletivos tinham uma estrutura em células espalhadas por vários estados do Brasil, entre estes o Nordeste, o Norte e o Sudeste. A proposta na estruturação e manutenção do PCB foi de que estes coletivos se dissolvessem dentro do partido como militantes e participariam na formação de um único Comitê Central. Inicialmente a proposta foi aceita. Na verdade ficou alguma pendência por conta de deliberações internas nesses coletivos que seriam resolvidas a posterior. Passado todos estes anos eu tenho acompanhado a caminhada desses camaradas, e não é mera coincidência que nesta eleição estamos defendendo a eleição de Dilma Rousseff para presidenta do Brasil. Afinal, estamos em sintonia com os anseios da maioria das entidades dos movimentos sociais do país, do campo e das cidades.

Abaixo o editorial do PCML:

Porque votar em Dilma Rousseff?

Quem duvida da capacidade da direita em manobrar o processo eleitoral brasileiro e impor seus objetivos imediatos e futuros à classe trabalhadora e o povo pobre em geral em nosso país, que tire suas próprias lições desse primeiro turno das eleições presidenciais. Os números são muito visíveis. Do total de eleitores 135.804.433: 81,88% foram às urnas e se 18,12% abstiveram; dos votantes 8,64 % votaram em branco ou nulo, Dilma Rousseff (PT) obteve 46,91% dos votos válidos, José Serra (PSDB) 32,61% e Marina Silva (PV) 19,33%; 1,15% votaram nos demais candidatos. Qual a conclusão que se tira de tudo isto? Primeiro, a direita através de sua nova cara hegemonizada pelo PSDB, que concentrou seus votos na candidatura de José Serra. A esquerda institucional, do PT ao PCO, se dividiu apesar da clara hegemonia do Partido dos Trabalhadores, e graças a essa divisão, fez crescer o bloco da esquerda institucional oportunista. Conclusão: a direita usou a esquerda oportunista para chegar ao segundo turno, ameaçando jogar o Brasil, em especial, seu povo trabalhador e humilde de volta às mesmas condições de vida do governo Fernando Henrique Cardoso, com o agravante da ideia aventureira de iniciar uma escalada de agressão aos países-irmãos da América Latina que na atual conjuntura mundial e continental avançam na luta contra o imperialismo, em especial dos Estados Unidos, rumo à sua libertação. Portanto, a regressão ao modelo FHC e pró imperialista representado por Serra exige do povo brasileiro um rotundo Não neste segundo turno eleitoral.

Já a esquerda oportunista, que cresceu na representação mímica de Marina Silva e do PV, conduzindo o processo eleitoral brasileiro à dramática ameaça do retrocesso de suas conquistas, deveria receber uma lição histórica talvez na mesma intensidade que recebeu Heloísa Helena no processo eleitoral anterior, afinal, o recado que o povo paulista mandou ao Congresso ao eleger o palhaço Tiririca, o sr. Francisco Everardo Oliveira Silva, indica uma consciência em torno do que representa a grande maioria nesta instância de poder no país, contudo, ainda não compreendeu que em outras instâncias, tais como ao nível executivo: prefeitos, governadores e Presidência da República também se apresenta a mesma imagem no sentido em que sua presença no processo eleitoral tem por objetivo o entretenimento do povo para que o processo real transcorra de acordo com os objetivos das classes dominantes do país, isto é, as velhas oligarquias de cara nova. Quem se iludiu com a imagem produzida da candidata Marina Silva, que ora destacava o fato de que “não sabia ler, nem escrever já na fase adulta” e se apresentava como pessoa humilde, e em seguida se apresentava como grande pensadora estratégica de um modelo autossustentável e integrado num pensamento de totalidade do desenvolvimento brasileiro, não fez mais que acreditar no Tiririca, no sentido da representação, a diferença apenas no significado real das proposições. Enquanto Tiririca apresentava sua plataforma sintetizada na expressão “pior do que está não fica”, Marina, com todo o seu tom de seriedade, sofrimento e apelo a deus, aos votos dos evangélicos, apresentava seu grande modelo de pensamento integral de desenvolvimento autossustentável no Brasil sobre o mesmo princípio: continuarei o PAC, o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, as obras de infraestrutura, a estabilidade econômica, quer dizer, 'pior do que está não fica'.

Qual a diferença de Marina Silva e do Tiririca em termos de plataforma apresentada nas eleições? Quanto a sua consciência desse papel, pergunta-se: Como alguém que renunciou a enfrentar os latifúndios e o agronegócio, no Ministério do Meio Ambiente no Governo Lula, e toda sua administração resumiu-se a prisões de “pobres diabos”, que na luta pela sobrevivência se lançam na utilização inconsciente de pequenas posses de terra, exploração da fauna, flora e marinha? Além disso, administração povoada também de escândalos de corrupção no IBAMA, como o caso do diretor executivo Marcílio Monteiro, em Belém do Pará, apontado como chefe da quadrilha que negociava o desmatamento criminoso da Amazônia. Como pode em sã consciência apresentar sua ideia de modelo sustentável numa sociedade cujas relações de produção combinam a acumulação primitiva com a exploração formal e real do trabalho ao capital? Quem pode acreditar que a exploração do agronegócio, com o latifúndio e o minifúndio pode dar lugar a um modelo autossustentável integrado ao desenvolvimento econômico e meio ambiente, voltados aos interesses da grande maioria do povo brasileiro?

Quem pode acreditar que este nível de exploração do campo, em termos agrícolas, que é subordinado totalmente ao processo industrial das cidades, em especial, a indústria paulista, que ambas permitiriam tal modelo? E ainda, quem poderia imaginar que a grande indústria no Brasil e agronegócio, entrelaçado e associado com as grandes empresas e os monopólios industriais, comerciais e financeiros das oligarquias internacionais permitiriam este modelo de desenvolvimento integral, estratégico e autossustentável apresentado pela grande pensadora estratégica Marina Silva? A pergunta aqui é: somos todos tiriricas?
O exame consciente das proposições efetuadas pela esquerda oportunista pintada de verde é que não passam de espetáculo ilusório, que só existe no show das câmeras da mídia nazifascista com a mudança de vestuário, closes e efeitos especiais próprios do espetáculo eleitoral e do debate manipulado. Todos os debates televisivos no primeiro turno nada tiveram de democrático, tratava-se de um debate de 3 contra 1, pois numa pequena soma de tempo entre os candidatos era, para cada 1 hora de debate, 15 minutos eram para Dilma, e 45 minutos eram contra ela. Nos poupamos de considerações sobre o discurso de Plínio Arruda Sampaio, que por analogia ao de Marina Silva, mais cinicamente se apresentou pois se o modelo autossustentável 'aos moldes da Noruega' é impossível diante das relações de produção capitalista no país, mas inimaginável é um modelo socialista contra o capital. A palavra concedida a Plínio Arruda Sampaio só foi permitida pela mídia nazifascista por sua origem de classe nas famílias quatrocentonas paulistanas, pois como Eduardo Suplicy, funciona como um rebelde que não sai da adolescência mas que deve ser tolerado.
Serra em seu discurso de comemoração do êxito estratégico de usar Marina e Plínio para chegar ao segundo turno, justificou: “vamos vencer as eleições pelas nossas tradições e crenças, pelas nossas famílias, pelos nossos filhos e pelos nossos netos, pelo Brasil verde e amarelo”. E cinicamente começou seu discurso dizendo que só tinha uma cara; o jovem radical da esquerda católica é agora o radical da direita católica, na mais completa sintonia com a organização Trabalho, Família e Propriedade e a Opus Dei. Na verdade, o conceito de 'cara' utilizado por Serra deve ser entendido na lógica hegeliana: antes a cara da esquerda católica, agora a cara da direita católica e ao fim, ao meio e ao cabo a unidade da cara de pau em afirmar que tinha uma única cara, quando se sabe que ela personifica muitos conteúdos e significados distintos, isto é, o agronegócio, os monopólios industriais, as oligarquias financeiras, em síntese, a cara do capital.
Por que votar em Dilma? Dilma Roussef embora tenha adaptado suas ideias de transformação brasileira de acordo com a nova situação vivida pelo país, diante da atual correlação de forças e desenvolvimento da consciência revolucionária do povo brasileiro, por sua trajetória de vida, de origem humilde e revolucionária, chegou ao limite máximo de moral e idealismo revolucionário combatendo em armas a ditadura militar do capital no Brasil. Foi presa e torturada, sobreviveu e foi coerente com suas posições até os dias atuais; sua passagem pelo PDT aos tempos da liderança de Leonel Brizola deveu-se a uma posição política adotada por uma parte do egresso grupo de esquerda liderado por Carlos Lamarca, cuja análise das mudanças da realidade mundiais e do Brasil compreendia o espaço para a construção de partido de massas capaz de assegurar a democracia no país e o conjunto de liberdades contidas nesse conceito que propiciasse o desenvolvimento do país, permitindo que o povo trabalhador saísse das amarras da opressão, da miséria absoluta, e da situação de analfabetismo extremas, fortalecendo a sua consciência e acumulação de forças para um posterior momento de lutas e transformações mais decisivas rumo à sua libertação. A morte de Brizola e a estrutura orgânica dos quadros do PDT – como projeto político – romperam-se sobre o fenômeno político do surgimento da liderança de Lula e do Partido dos Trabalhadores. Sua passagem a esta organização partidária constituiu uma posição coerente para com seu objetivos historicamente assumidos com o povo brasileiro. Sua formação política e técnica se deu no curso da luta sem abandonar seus pontos de vista e sofrendo todas as discriminações relativas à mulher de esquerda e ex-guerrilheira. No PT, com a vitória de Lula, assumiu responsabilidades em ministérios que envolveram visão estratégica, técnica e política, como ministra das Minas e Energias e posteriormente como ministra da Casa Civil; ministério profundamente abalado moralmente pelos escândalos de corrupção e o show da mídia nazifascista. Seu caráter a frente da Casa Civil superou todo o processo desmoralizante a que sucumbiu José Dirceu; promoveu de forma clara a moralização de toda a estrutura administrativa. Assumiu tarefas especiais dos grandes programas voltados diretamente para os seus objetivos e compromissos assumidos com o povo brasileiro: o emprego e desenvolvimento econômico através da construção de moradias para o povo pobre e outras obras de infraestrutura, mantendo a gestão estratégica de energia no país, traduzidas no forte desempenho e prestígio atingidos pela Petrobras. Sem dúvida, Dilma no governo Lula foi o contrapeso consciente às contradições de uma administração que herda a estrutura de quadros de FHC, do compadrio coronelista do período da ditadura militar no país. E que diante de tudo isto, fez valer sua integridade moral e respeito aos compromissos que desde cedo assumiu em sua militância.

Votar em Dilma não é apenas assegurar as mínimas conquistas neste período de 8 anos de mandatos consecutivos de Lula, mas a certeza da continuidade do caminho democrático do país, sua relação de respeito político com os demais países da América Latina e não permitir o retrocesso e a aventura imperialista das oligarquias, que dominam a economia e as estruturas arcaicas da sociedade. É garantir a continuidade da luta do povo brasileiro e latino-americano à sua libertação que se fará inexoravelmente diante das difíceis decisões e dramáticas ações decorrentes da crise do capital no país e no mundo. Por isso nosso voto continua em Dilma Roussef!

Isto não significa um apoio acrítico ou que nos iludimos com as possibilidades de conquistar os objetivos históricos da classe operária e do povo pobre no país através do processo eleitoral e de governos dentro das regras do capital, mas a clara análise que diante da correlação de forças do momento histórico esta via de luta cumpre importância fundamental para o prosseguimento da luta sob novas condições que necessariamente estão por vir.

Nestes termos, nossas palavras de ordem são:

Defender o povo brasileiro!

Votar em Dilma Roussef!

Derrotar Serra e o plano reacionário das oligarquias!

P.I.Bvilla

OC do PCML

Outubro de 2010

domingo, 17 de outubro de 2010

ENCONTROU JESUS É O CARALHO


























Evangélicos aterrorizam]
Não eximo a Igreja Católica
Pelo contrário
Mãe de toda desgraça
Todavia
Contudo
Entretanto
EvangélicosFiéis

Silgas Malfalares da vida

Esses

Com tetos de vidros

Templos desabantes

É!
A casa caiu
Ruiu
O telhado
Ploft

Em outros tempos

Chutavam Santas
Brããbouos e whatevers

Em seus iates

Helicópteros
Jatinhos cheios de putas

Vivem rindo fiéis

Depositantes de dízimos

Rasgando dinheiro

O próprio dinheiro
Favelados pagam não tendo

Para serem perdoados
Perdoados do quê
Se ganha muito dinheiro em nome da fé
Jesus me ama
Jesus me ama é o caralho!
Não venham com papo de Jesus
Não preciso de intermediários, interpretando em causa própria.Tiro na testa dos Silgas Malfalares

Pastores

Pastores de cu é rola

Coitado de Jesus, o verdadeiro!

Livre arbítrio

Eu acredito em livre arbítrio
O Jesus usado pelas Igrejas para fins contrários a tudo que o próprio pregou

Esse Jesus eu quero que se foda

...Eee...

Os sociopatas

Usam Jesus para dissimular sua essência

Pagam dízimos
Pronto
Agora são melhores do que eu
Escondendo-se no falso sublimar
É moleEu mato

Estupro
Roubo
Pago o dízimo



Silgas Malfalares diz eu ter encontrado Jesus
É
Seus problemas acabaram
Mate hoje
Encontre Jesus amanhã!Tudo certo
Tá de sacanagem!

Canalhas a um piscar de cu pra sucumbirem

Convencer-me...
Nunca!

Preferia mil vezes quando a professora da academia assumia-se vadia

Tinha dois namorados

Chupava meu pau

Ela era feliz
Agora encontrou Jesus
Vive lendo a bíblia
Pregando
Cabisbaixa

Isso resolve tudo

Hahaha...

E o meu vizinho

Tinha um esquema de roubo de carros

Todo mundo sabia

Falava com geral

Vivia rindo
Sempre com lindas mulheres

Também encontrou Jesus

Vive na Praça General Osório

Sozinho
Tenho medo desses sociopatas regenerados

Eram mais honestos antes de encontrar Jesus

Não se negavam
Por isso digo e repito

Encontrou Jesus é o caralho!


Texto de Pablo Treuffar
Disponível em:
http://pablotreuffar.blogspot.com/2009/05/encontrou-jesus-e-o-caralho.html




ENCONTROU JESUS É O CARALHO by Pablo Treuffar is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.


Based on a work at pablotreuffar.blogspot.com.











quarta-feira, 2 de junho de 2010

IMPRENSA CANALHA


Celso Lungaretti*

O número de visitantes do meu blogue deu um salto desde o ataque israelense à flotilha de ajuda humanitária a Gaza.

Sinal de que há uma demanda por jornalismo de verdade, que a grande imprensa não atende.

É simplesmente repulsiva a forma como está sendo noticiado o episódio.

Quase ninguém diz que se tratou de um ato de PIRATARIA. E foi. Não há outro nome para a agressão de um bando armado a embarcações civis em alto mar.

E o que aconteceu com os ativistas que não foram mortos nem feridos pelo bando armado? Terão sido detidos, como se lê e ouve na mídia?
Não, porque o bando armado não tinha autoridade para deter ninguém, muito menos em águas internacionais.


O que houve não passou de um SEQUESTRO. Nem mais, nem menos. Então, nunca existiram 700 pessoas detidas, o que há são 700 pessoas sequestradas.
Se quem as tivesse sequestrado fosse o governo de Chávez, Castro ou Ahmadinejad, a terminologia da mídia, com certeza, seria rigorosamente exata.
Também é um embuste dá-los, agora, como deportados, já que não entraram em Israel por vontade própria, mas sim arrastados por sequestradores. Estão sofrendo mais uma violação dos seus direitos, ao não serem simplesmente soltos para ir onde quisessem, mas sim despachados na marra para um país que não escolheram.

Em se tratando de Israel, os jornalistas pisam em ovos e são obrigados a utilizar os mais evasivos eufemismos.
Depois, existe quem esteja perdendo tempo e desperdiçando espaço com análises sobre a ridícula alegação israelense de que seus assassinos teriam exercido o direito de autodefesa. O que não é sério, não devemos levar a sério, caso contrário nos acumpliciaremos com a desinformação.

Se qualquer barco é atacado por piratas no meio do oceano, a tripulação, sim, reage em legítima defesa.

Os piratas, não. Eles estão simplesmente tentando neutralizar as vítimas, para concretizarem seu intento ilegal.
Se, para tanto, as matam, o que fizeram foi cometer homicídio, por motivos vis. Ou seja, um crime dos mais crapulosos.
Não são questões semânticas: a linguagem também pode servir para atenuar o impacto de episódios escabrosos, facilitando sua absorção e progressivo esquecimento.

Os jornalistas que se mancomunam com esses contorcionismos retóricos, entretanto, não estão sendo imparciais, mas sim amorais. Ao contribuírem para a aceitação do inaceitável, fazem uma opção pela carreira, em detrimento da missão.

Lembremos Brecht: "em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar".

Nove seres humanos valorosos deram a vida para que nada parecesse impossível de mudar. O mínimo que podemos fazer é honrar seu sacrifício.
(*) Jornalista e escritor

Disponível em: http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/2010/06/imprensa-canalha.html

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O ACORDO COM O IRÃ E AS NOVAS REVELAÇÕES SOBRE ISRAEL

Em meio a temas palpitantes como o do acordo
Brasil/Turquia/Irã que os EUA estimularam e agora torpedeiam, está passando quase despercebida a relevante informação de que Israel não só possui bombas atômicas aos montes, sem qualquer controle por parte de organismos internacionais, como andou tentando vender algumas ao regime segregacionista da África do Sul, em 1975.


E, no fundo, os dois assuntos se completam: que direito tem os EUA de exigirem que o Irã se submeta a uma daquelas revistas policiais em que até os orifícios do corpo são verificados, enquanto um país useiro e vezeiro em barbarizar vizinhos não só dispõe de armamentos que ameaçam a humanidade, como aceita negociá-los com qualquer um?

Ao contrário dos jovens que identificam os judeus com as características odiosas que seu estado incorporou, eu conheço bem os belos sonhos de outrora, dos kibutzim ao Bund.

O primeiro era uma experiência na linha do chamado socialismo utópico: o cultivo da terra em bases igualitárias, sem patrão, sem privilégios, sem desigualdade.

Tive jovens amigos de ascendência judaica que falavam maravilhas dos kibutzim, mas, pacifistas, relutavam em ir para um país onde poderiam ser convocados a qualquer instante para batalhas.

O socialismo revolucionário, por sua vez, era representado pelo Bund, a União Geral dos Trabalhadores Judeus na Lituânia, Polônia e Rússia, que estava entre as forças fundadoras do Partido Social-Democrata, tendo participado ativamente das revoluções russas de 1905 e 1917.

O MÉDICO SE TORNOU MONSTRO
Na segunda metade do século passado, entretanto, Israel viveu sua transição de Dr. Jeckill para Mr. Hide. Virou ponta-de-lança do imperialismo no Oriente Médio, responsável por genocídios e atrocidades que lhe valeram dezenas de condenações inócuas da ONU.
Até chegar ao que é hoje: um estado militarizado, mero bunker, a desempenhar o melancólico papel de vanguarda do retrocesso e do obscurantismo.

Ter, ademais, oferecido-se para dotar o apartheid de artefatos atômicos supera a pior imagem que já tínhamos de Israel.

É a pá de cal, a comprovação gritante de que o humanismo não tem mais espaço nenhum no estado judeu. O povo que nos deu Marx, Freud e Einstein hoje produz mas é novos Átilas, Gengis Khans e Pinochets.

Quanto à notícia publicada há poucos dias pelo Guardian londrino e que tantos preferem ignorar, é a seguinte: documentos secretos da África do Sul obtidos pelo acadêmico estadunidense Sasha Palakow-Suransky, além de exporem essa parceria política nauseabunda, constituem prova documental insofismável do programa nuclear israelense, que se sabia existir mas o estado judeu insistia em negar.

O Guardian divulgou inclusive um memorando do então chefe das Forças Armadas da África do Sul, general R. Armstrong, escrito no dia de um encontro entre os respectivos ministros da Defesa, Shimon Peres e Pieter Botha. Nele, o militar diz, de forma cifrada mas nem tanto, que, “considerando os méritos do sistema de armas oferecido [por Israel], algumas interpretações podem ser feitas, como a de que os mísseis serão armados com ogivas nucleares produzidas na África do Sul [grifo meu] ou em outro lugar”.

O NOME DOS MÍSSEIS É "JERICÓ"
Em entrevista publicada nesta 6ª feira (28) pela Folha de São Paulo, o acadêmico Palakow-Suransky rebate a alegação de Shimon Peres, de que sua assinatura não consta das minutas das reuniões:

"...mas ela aparece no documento que garante sigilo para a negociação sobre a venda de mísseis Jericó. Os documentos mostram acima de qualquer dúvida que o tema foi discutido em uma série de encontros em 1975. As frases usadas para descrever as ogivas são vagas, o que é comum nesse tipo de negociação. A confirmação de que o governo sul-africano viu a discussão como uma oferta nuclear explícita está num memorando do chefe do Estado-Maior, R. F. Armstrong, que detalha as vantagens do sistema de mísseis Jericó para a África do Sul, mas só se os mísseis tivessem ogivas nucleares. É a primeira vez que aparece um documento com a discussão sobre mísseis nucleares em termos concretos. O acordo nunca foi fechado, mas a discussão ocorreu, e o alto escalão sul-africano entendeu a proposta israelense como oferta nuclear".

O schoolar acrescentou que há outras evidências de colaboração de Israel com o apartheid:

"As principais são a continuação do projeto dos mísseis Jericó na África do Sul nos anos 80, quando especialistas israelenses ajudaram a construir projéteis de segunda geração para carregar ogivas nucleares; e a venda de 'yellow cake' [concentrado de urânio] da África do Sul para Israel em 1961".

E avalia que suas revelações não são a principal evidência disponível de que Israel possui arsenal atômico:

"As fotos de Mordechai Vanunu [técnico nuclear israelense condenado por traição] em 1986 são muito mais definitivas. O significado dos documentos não é provar que Israel tem armas nucleares, o que o mundo todo sabe há décadas. A notícia aqui é que a possível transferência de tecnologia nuclear foi debatida no alto escalão".

E, acrescento eu, a notícia é que Israel se dispôs a transferir tecnologia nuclear para um dos regimes mais execráveis e execrado do planeta. Dize-me com quem andas...

Também me chocou constatar que a aprazível "cidade das palmeiras" do Velho Testamento, onde os judeus recompuseram suas forças depois da escravidão, agora serve para nomear as armas do Juízo Final.
É um simbolismo bem apropriado para sua travessia negativa, que parece não ter fim, no sentido da desumanidade.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A MAIOR AMEAÇA AO MUNDO SÃO OS 5.113 PETARDOS NUCLEARES DOS EUA

*Texto de Celso Lungaretti

O que podemos esperar dos responsáveis pelo horror de Hiroshima?

 

Sou insuspeito de simpatias pelo tirano obscurantista do Irã, Mahmoud Ahmadinejad: não tenho nenhuma.

Considero estado teocrático uma fantasmagoria medieval que resistiu à passagem das trevas para a luz; e Ahmadinejad, o responsável último pelo assassinato travestido de legalidade de manifestantes pacíficos, por terem supostamente desrespeitado os desígnios divinos (uma falácia que serve para justificar qualquer coisa que se queira).

Sou totalmente contrário à pena de morte para crimes de sangue e considero pura barbárie sua aplicação em episódios menores como o de se protestar contra fraude eleitoral; para pessoas civilizadas, isso nem delito é.

Ressalvas feitas, vou concordar uma vez com Ahmadinejad. Falando nesta 2ª feira (3) na reunião nuclear da ONU, ele acertou na mosca: a ameaça implícita estadunidense de utilizar bombas atômicas contra o Irã é atroz, hedionda, repulsiva e, portanto, merecedora do repúdio universal.

Parte de uma nação que já incidiu (duas vezes!) nesse ato de extrema desumanidade e abjeta covardia, de forma que a hipótese de reincidência não deve ser descartada.

Os EUA fizeram do povo japonês uma cobaia dos efeitos de petardos atômicos, detonando-os para, principalmente, servirem como efeito-demonstração: queriam intimidar Stalin, para que não ousasse exigir mais do que o quinhão do mundo que estavam dispostos a lhe conceder, na partilha de áreas de influência entre os vencedores da II Guerra Mundial.

Para forçar a rendição japonesa, hoje está mais do que provado, os holocaustos de Hiroshima e Nagasaki não eram minimamente necessários. Sem sequer armamentos e combustíveis para continuar lutando, o Japão já fazia sondagens secretas sobre uma fórmula de capitulação que não implicasse a deposição do seu imperador.
Depois de terem levado a cabo seu show macabro, os EUA acabaram consentindo que Hirohito permanecesse no trono do Japão. Quando ocuparam o país, entre 1945 e 1950, apenas impuseram a negação do caráter divino de sua investidura, fazendo o regime se transformar em monarquia constitucional.

O que serviu para comprovar, mais uma vez, a inexistência de qualquer motivo real para mandarem duas cidades e seus habitantes pelos ares, exterminando mais de 200 mil civis e impondo sofrimentos inenarráveis aos sobreviventes que haviam sido expostos à radiação.

Então, o fato de os EUA terem admitido possuir atualmente 5.113 petardos prontos para utilização significa que o mundo corre grave perigo. O que não farão eles quando seu império alicerçado na ganância e na desigualdade começar a ruir?!

E, de imediato, sua recente frase ambígua de que não utilizarão armas nucleares contra nações que não as tenham, desde que tais nações respeitem o Tratado de Não Proliferação Nuclear, deve ser encarada como uma séria ameaça e uma inaceitável afronta ao resto do mundo: os EUA erigem-se em árbitros que decidem quem pode ter o que, usando e abusando de sua condição de detentores do maior arsenal atômico, quando são os últimos a terem autoridade moral para dizer uma palavra sequer neste assunto. Os únicos que já utilizaram as armas do Juízo Final não têm lições para dar a ninguém.

Abaixo, o complexo nuclear-militar de Israel em Dimona no deserto de Negev. Israel possui mais de 150 ogivas nucleares desenvolvidas desde 1958 com apoio frances e norte-americano


Last but not least, devemos lembrar que Israel possui um arsenal nuclear totalmente à margem de qualquer supervisão internacional e é um país cujos crapulosos dirigentes não hesitam em ordenar genocídios com os perpetrados contra os palestinos na virada de 2008 para 2009.

Muito mais do que o Irã, que nem sequer possui armas nucleares, quem precisaria ser enquadrado, neste instante, é Israel.

(*) Jornalista e Escritor
Disponível em: http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2010/05/maior-ameaca-ao-mundo-sao-os-5113.html

terça-feira, 9 de março de 2010

Dia 11 é dia de socialismo na TV.










Na próxima quinta teremos o companheiro José Maria de Almeida, o Zé Maria, nosso pré-candidato a presidente em cadeia nacional defendendo, mesmo contra a opinião da maioria e em especial a de Lula, que é possível sim um governo dos trabalhadores sem os patrões. A todos nossos seguidores, blogonautas de plantão e companheiros militantes do mundo internético fica a convocatória para divulgar nosso programa de TV.

Dia 11 é dia de socialismo na TV.