sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Manifestação em frente a Embaixada do Brasil.
















Fotos da Marcha contra o golpe de Estado em frente a Embaixada dos Estados Unidos.

Zelaya permanecerá na embaixada enquanto for necessário, diz Lula

O que eu acho triste é que muitas vezes eu ouço perguntas como se fosse o Zelaya o culpado de ser o presidente legítimo de seu país. O que não é normal não é o Zelaya ter voltado. O que é anormal é o tal do Micheletti ter ficado", afirmou Lula, referindo-se ao presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti.

Os comentários de Lula foram feitos ao final de sua participação na reunião do G20, realizada na cidade americana de Pittsburgh.



O presidente disse ainda que não iria responder ao comunicado divulgado pelo governo interino de Honduras que alega que o Brasil teria participado do processo de regresso de Zelaya e tramado abrigá-lo na representação brasileira em Tegucigalpa.

"Eu não posso comentar uma cretinice dita por um golpista", afirmou.

Lula destacou também o comunicado do Conselho de Segurança da ONU, divulgado nesta sexta-feira, no qual o órgão condena o cerco à embaixada do Brasil por tropas leais ao governo interino hondurenho.



A manifestação da Resistência contra o golpe de Estado se encontra atualmente em frente a Embaixada dos Estados Unidos em Tegucigalpa, a poucas quadras da Embaixada do Brasil. Manifestantes se dirigem a embaixada em apoio de Mel Zelaya, por conta dos ataques químicos que sofreu durante algumas horas da manhã juntamente com as pessoas que se encontravam na Embaixada de Brasil.


Cerco
A representação brasileira está cercada desde segunda-feira, quando Zelaya se abrigou no prédio, juntamente com sua mulher e um grupo de correligionários.O local chegou a ter os fornecimentos de água, comida e energia interrompidos.Também nesta sexta-feira, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou que a embaixada brasileira foi alvo de bombas de gás lacrimogêneo lançadas pelas forças de segurança do país.
"Há muitos feridos lá dentro (da embaixada), pessoas sangrando", disse o médico de Zelaya, Marco Antonio Rosas, que foi impedido de furar o bloqueio policial e entrar na representação diplomática brasileira. O próprio Zelaya relatou o ataque à imprensa local e sua esposa, Xiomara Castro, repetiu a alegação em entrevista a uma rádio.

Um porta-voz da polícia, no entanto, negou o ataque com bombas de gás lacrimogêneo e disse que a situação em frente à embaixada permanece normal.






Armas & gases tóxicos contra a Embaixada de Brasil.



Micheletti disse que não viola as leis... E o que já fizeram contra o presidente Zelaya faz umas 4 horas? O decreto 104-93, data de 24 abril 1993, Lei do Meio Ambiente; É proíbido o uso de tóxicos no territorio nacional e também se utilize gases tóxicos de qualquer natureza, nenhum hondurenho tem exclusividade, nem o exercito nem as policías, de utilizarem gases tóxicos, pela saude humana e pelo meio ambiente.

Publicado GACETA em 24-5-1994.





Fotos dos acontecimentos de hoje quando o exercito e a policia dos fascista atacaram a embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

















Videos direto de Honduras


































Conselho de Segurança da ONU condena cerco à Embaixada Brasileira em Honduras




Órgão exigiu que o sítio à representação brasileira seja interrompido. Prédio está cercado desde segunda por tropas leais ao governo interino.












O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta sexta-feira (25) o cerco da Embaixada do Brasil em Honduras e exigiu que ele seja imediatamente interrompido. A sede da diplomacia brasileira está cercada desde segunda-feira, quando o presidente deposto Manuel Zelaya voltou de surpresa à capital, Tegucigalpa, e abrigou-se na Embaixada do Brasil, gerando uma crise política e diplomática.



"Nós condenamos os atos de intimidação contra a Embaixada do Brasil e exigimos que o governo de facto de Honduras cesse o certo", disse a repórteres a embaixadora norte-americana para a ONU, Susan Rice, que atualmente preside o conselho.

A reunião, que ocorreu a pedido do Brasil, ateve-se ao tema da segurança da representação diplomática e não tocou no assunto do futuro político de Honduras.





O chanceler Celso Amorim críticou a situação humanitária da embaixada. O chanceler também pediu ao presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, que respeite a Convenção de Viena sobre a inviolabilidade das sedes diplomáticas.






"É imperativo que o regime de Honduras cumpra a Convenção de Viena sobre a inviolabilidade das representações diplomáticas", disse Amorim no conselho.Nos acontecimentos do dia, a Polícia de Honduras jogou gás tóxico próximo à Embaixada, denuncia Zelaya. Abrigados na representação brasileira respiram com dificuldade, diz. Porta-voz da polícia negou a acusação feita pelo presidente deposto

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, denunciou nesta sexta-feira (25) que a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde ele está abrigado, teria sido atingida por um "gás tóxico". Ele pediu a intervenção urgente da Cruz Vermelha Internacional, segundo a France Presse.

"Espalharam um gás tóxico que os militares usam para evacuar gente. As 60 pessoas que estão aqui estão tentando respirar no pátio", disse. Ele reclamou que estava usando máscara e "com a garganta seca".
Um fotógrafo da AFP que está na Embaixada disse ter visto pessoas vomitando sangue.

A polícia desmentiu o ataque e acusou Zelaya de mandar "mensagens falsas" à comunidade internacional.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (24) que falou com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a necessidade de os dois presidentes conversarem sobre Honduras.Lula falou com jornalistas em Nova York, antes de embarcar para Pittsburgh, onde acontece a reunião do G20.

"Encontrei na entrada com o presidente Obama e nós combinamos de conversar de Honduras em Pittsburgh onde nós vamos ter mais tempo, vamos ficar mais juntos", disse o presidente. Ao ser questionado sobre se iria pedir o apoio de Obama para uma intervenção do Conselho de Segurança das Nações Unidas em Honduras, Lula disse que "certamente" irá pedir o apoio do norte-americano.


Lula voltou a defender o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, que está abrigado na embaixada do Brasil desde segunda-feira (21), e disse esperar que o governo golpista preserve a integridade da embaixada brasileira. "Esperamos que o governo golpista não faça nada com a embaixada brasileira porque isso faz parte de convenções internacionais, sempre foi assim na história do mundo moderno".
O presidente também afirmou que é preciso ter paciência e aguardar que a missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) chegue a Honduras e tome providências. "Eu espero que a OEA, que está pra ir lá, compareça a Honduras. Pedimos para o Conselho de Segurança que se reunisse e esperamos que a embaixada brasileira não seja violada".


Lula voltou a dizer que o Brasil não irá reconhecer o presidente que for eleito para governar Honduras se as eleições forem coordenadas pelo governo interino. A eleição presidencial no país está marcada para o dia 29 de novembro.
"Se a eleição for feita sob a coordenação de quem deu o golpe essa eleição não vai ser reconhecida pela maior parte do mundo e eu acho que Honduras sofrerá problemas sérios. Acho que a decisão da OEA, da Unasul, os países da Europa, é de não reconhecer o presidente que for eleito se for numa eleição coordenada pelos golpistas", disse.

Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1318594-5602,00-LULA+VAI+PEDIR+O+APOIO+DE+OBAMA+PARA+INTERVENCAO+DO+CONSELHO+DE+SEGURANCA.html

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Reitoria de "extrema-direita" da UFSC censura Livro de escritor colombiano que relata o "terrorismo de estado" em seu país!

     
Jornalista e Escritor Hernando Calvo Ospina
____________________

Livro relata o terrorismo de estado praticado pelo narco-assassino governo de Uribe capacho.



      Entrevista da Jornalista Elaine Tavares.
















Disponível em: http://eteia.blogspot.com/

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Exército "Títere e Fascista" dos golpistas reprime manifestações em Honduras!


Na noite desta terça-feira (22), partidários do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, voltaram a enfrentar a tropa de choque na capital. Manifestantes são acusados pelo governo de vandalismo.




Confronto entre polícia e adeptos de Zelaya mata 1 em Honduras, diz agência. Morte ocorreu em distrito pobre da capital, Tegucigalpa, na noite de terça. Presidente deposto por golpe voltou de surpresa ao país na segunda.
Um militante favorável ao presidente deposto de Honduras morreu na noite de terça-feira (22) em confronto com a polícia, segundo fontes policiais ouvidas pela agência Reuters.

A morte ocorreu em Flor del Campo, um distrito pobre da capital, Tegucigalpa. A vítima é um homem de 65 anos.É a primeira relatada desde segunda-feira, quando Manuel Zelaya voltou de surpresa ao país e abrigou-se na Embaixada do Brasil, em Tegucigalpa, criando um impasse político e diplomático.




 Entidades de defesa dos direitos humanos já haviam reportado pelo menos duas mortes decorrentes de confrontos, mas o governo interino de Roberto Micheletti não confirmou.


Milhares de hondurenhos enfrentaram nesta quarta-feira longas filas em supermercados, postos de combustíveis e bancos para se abastecer durante as seis horas de suspensão do toque de recolher decretado pelo governo interino. A interrupção ocorre sob tensão por uma onda de violência e a divulgação, pelo jornal "El Pais", da primeira vítima dos confrontos.





Segundo o jornal espanhol, Francisco Alvarado, 65, é a primeira vítima dos confrontos desta terça-feira, quando a polícia e o Exército tentaram reprimir as manifestações em favor do presidente deposto, Manuel Zelaya, que está refugiado desde segunda-feira (21) na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

O jornal, que cita a irmã de Alvarado, María, diz que o homem morreu com um tiro durante confronto entre seguidores do Zelaya e a polícia no bairro de Flor del Campo, no sul de Tegucigalpa, quando ia comprar suco em uma loja.


Alavarado, ainda segundo o jornal, não participava da manifestação e foi atingido por um tiro no abdome. Ele morreu ao chegar ao hospital.



O porta-voz da polícia de Honduras, Orlin Cerrato, citado pela agência Efe, confirmou a morte de um homem. Ele não confirmou, contudo, a identidade da vítima e disse que as causas estão sob investigação.

Cerrato disse que o homem morreu em um hospital da capítal hondurenha. Ele negou a versão dada por Zelaya na noite desta terça-feira de que ao menos seis pessoas morreram nos distúrbios.

Toque de recolher

O governo interino de Honduras suspendeu por ao menos seis horas o toque de recolher imposto no país desde segunda-feira (21), por causa do retorno do presidente deposto. A medida vale das 10h às 16h (13h às 19h no horário de Brasília) e foi anunciada pelo presidente interino, Roberto Micheletti, em entrevista ao canal de TV 10 de Honduras.


A medida, afirmou, visa a permitir que a população se abasteça de água, alimentos e outros produtos e é reflexo também da condição de segurança no país, apesar dos temores de que a volta de Zelaya ampliassem a violência que marcou a crise política.

"Vou comprar combustível para poder ir comprar comida, se não houver combustível, não há comida", disse Mario, 50, comerciante, enquanto aguardava sua vez em uma longa fila. "Há muita teimosia no governo de Micheletti", completou, sobre as cerca de 40 horas de toque de recolher impostas no país.

Luis Fernando López, arquiteto, disse que a situação está ruim no país e que comparava combustível na espera de vários dias da medida restritiva que deixou Tegucigalpa vazia e muitos comércios fechados.



Na capital, os principais supermercados e comércios similares já tinham filas na porta antes mesmo do horário oficial de suspensão do toque de recolher.

Em um supermercado em um bairro popular, os consumidores deixaram literalmente vazias as estantes, segundo constatou um repórter da agência Efe. A imprensa hondurenha informou que a situação é similar em outras cidades do país.


A mobilização dos consumidores ocorre em um clima tenso após os distúrbios da madrugada desta quarta-feira em várias partes da capital, quando apoiadores de Zelaya destruíram vários supermercados e comércios.


Cerco
Centenas de efetivos de segurança, alguns mascarados e outros portando armas automáticas, mantiveram nesta quarta-feira o cerco em uma área ao redor do prédio da embaixada do Brasil.

Zelaya está na embaixada brasileira com cerca de cem pessoas, incluindo apenas quatro funcionários da diplomacia brasileira. Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, a alimentação está sendo fornecida com regularidade, por representantes da ONU (Organização das Nações Unidas).

O fornecimento de água e luz foi restabelecido, mas o funcionamento dos telefones continua intermitente. A organização e limpeza das dependências da embaixada é feita pelas próprias pessoas que lá estão.




De acordo com o 22º artigo da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, os locais das Missões Diplomáticas (embaixadas e edifícios anexos) são invioláveis. Os agentes do estado acreditado (que recebe a embaixada) não podem penetrar neles sem o consentimento do chefe da missão.



O governo brasileiro disse que garantirá a proteção do presidente deposto dentro da embaixada e pediu ao Conselho de Segurança da ONU uma reunião de emergência para discutir a pior crise na América Central em décadas.

Conhecimento

Zelaya confirmou em entrevista à Folha publicada nesta quarta-feira que o Brasil "não sabia" de seus planos. "Tomei a decisão de vir direto à embaixada por uma questão de estratégia, uma posição de reserva, para que o plano não corresse risco."

O Ministério de Relações Exteriores do Brasil afirmou nesta terça-feira que o Brasil foi alertado pouco antes da viagem de Zelaya por uma deputada hondurenha favorável ao líder deposto.

O encarregado de Negócios da embaixada brasileira, o diplomata Francisco Catunda Rezende, avisou então o chanceler Celso Amorim que conversou com o presidente deposto por telefone quando este já estava na embaixada brasileira.
Segundo o Itamaraty, Zelaya disse ter buscado abrigo na embaixada para voltar para à Presidência por meio do diálogo e de forma pacífica.


Histórico

Zelaya foi deposto nas primeiras horas do dia 28 de junho, dia em que pretendia realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucionais que havia sido considerada ilegal pela Justiça. Com apoio da Suprema Corte e do Congresso, militares detiveram Zelaya e o expulsaram do país, sob a alegação de que o presidente pretendia infringir a Constituição ao tentar passar por cima da cláusula pétrea que impede reeleições no país.

O presidente deposto, cujo mandato termina no início do próximo ano, nega que pretendesse continuar no poder e se apoia na rejeição internacional ao que é amplamente considerado um golpe de Estado --e no auxílio financeiro, político e logístico do presidente venezuelano, Hugo Chávez-- para desafiar a autoridade do presidente interino e retomar o poder.


Isolado internacionalmente, o presidente interino resiste à pressão externa para que Zelaya seja restituído e governa um país aparentemente dividido em relação à destituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da Igreja Católica-- unida em torno da interpretação de que houve uma sucessão legítima de poder e de que a Presidência será passada de Micheletti apenas ao presidente eleito em novembro. As eleições estavam marcadas antes da deposição, e nem o presidente interino nem o deposto são candidatos.

 
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u628111.shtml

Honduras...Golpe Made in USA!


Quem por momentos possa ter imaginado que no Mundo, e em particular na América Latina, os «tradicionais» golpes de Estado fascistas, típicos da criminosa ofensiva do imperialismo no subcontinente durante o Século XX, descritos e profusamente explicados nos manuais da CIA, tinham terminado, enganou-se. A situação nas Honduras aí está a prová-lo de forma eloquente.


Nem a sofisticação dos meios ao dispor da oligarquia económica e financeira e do imperialismo; nem a impressionante barragem mediática tentando em primeira instância inverter os factos e em segunda silenciar a verdade; nem a hipocrisia e ambiguidade que marcam as posições da chamada «comunidade internacional», conseguem esconder uma realidade evidente: o golpe que teve lugar no dia 28 de Junho nas Honduras é um golpe fascista, financiado pela oligarquia e pelas multinacionais norte-americanas instaladas no país e concretizado por militares intimamente ligados à CIA e ao Pentágono.




















Um golpe realizado num país profundamente dependente dos EUA em termos económicos, estratégico do ponto de vista da projecção das suas forças militares no subcontinente e de onde saíram algumas das mais conhecidas operações terroristas dos EUA na região como a tristemente célebre operação dos «contras» na vizinha Nicarágua.



O golpe tem todos os ingredientes de outros conhecidos crimes do imperialismo na História da América Latina: instigação e desinformação apoiada desde o exterior, tomada do poder pela força, repressão violenta da resistência popular, envolvimento descarado do poder económico, encerramento dos meios de comunicação social, expulsão violenta do presidente Zelaya, tentativa de instigação de sentimentos racistas e xenófobos, entre outros.


E também o envolvimento dos EUA, como reconhecido em conferência de imprensa do Departamento de Estado norte-americano no passado dia 1 de Julho em que é referido que os EUA tinham conhecimento prévio do golpe e que estiveram reunidos com os golpistas «tentando buscar outra solução».

Está mais do que documentado o envolvimento do actual Embaixador dos EUA nas Honduras, Hugo Llorens - principal assessor de George W. Bush para os assuntos andinos no período em que teve lugar o golpe na Venezuela que tentou pela força afastar Hugo Chavez e com ligações a figuras tão tenebrosas como Otto Reich ou John Negroponte – no apoio aos golpistas.




 E se provas faltassem sobre o apoio dos EUA à coligação de forças, políticas, económicas, judiciais e eclesiásticas envolvidas no golpe, os próprios documentos da agência norte-americana USAID se encarregam de provar o financiamento a organizações hondurenhas que estão na direcção do golpe como o «Conselho hondurenho de empresas privadas».







A inclusão de Lanny J. Davis - especialista em relações públicas, apoiante de Hillary Clinton nas eleições presidenciais norte-americanas e defensor do golpista Micheletti no Congresso dos EUA – na delegação golpista enviada à Costa Rica para conversações com o presidente Arias é a cereja no bolo do envolvimento estadunidense.


É natural que assim seja, os interesses dos golpistas e do imperialismo convergem. No dia do golpe os hondurenhos preparavam-se para participar num referendo sobre a possibilidade de instalar uma Assembleia Constituinte que revisse a retrógrada constituição do tempo da administração Reagan que permitiu a colonização económica do país.






As Honduras tinham aderido recentemente à ALBA e Zelaya já tinha anunciado «tocar» na gigantesca base militar dos EUA de Soto Cana decidindo aí construir um terminal civil para voos internacionais.

Mas o golpe nas Honduras não é apenas dirigido contra Zelaya e o povo hondurenho, ele é dirigido a todos os povos e países da América Latina que continuam a dar corpo à onda de progresso e de afirmação soberana que varre o sub-continente.
















 É por isso que a derrota incondicional dos golpistas é fulcral para as Honduras e para a América Latina. E é por isso que os discursos de Obama não «batem certo» com a realidade pela qual é também responsável.

Texto de Ângelo Alves (PCP)
 

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Saiu na imprensa burguesa: Vice-chanceler de Honduras acusa Brasil de ingerência


A vice-chanceler do governo interino de Honduras, Martha Lorena Alvarado, acusou o Brasil de ingerência nesta terça-feira (22) por permitir que o presidente deposto Manuel Zelaya mobilize manifestantes a partir da embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde está abrigado.

Em entrevista à BBC, Alvarado negou que o governo tenha ordenado que as forças de segurança de Honduras disparassem tiros para dispersar os simpatizantes de Zelaya reunidos diante da embaixada.

A vice-chanceler de Honduras diz que o governo do país considera o Brasil responsável por um possível "derramamento de sangue" caso a tensão aumente diante da embaixada.



Em entrevista à BBC, Martha Lorena Alvarado diz que restituição de Zelaya 'não é viável'.

Martha Lorena Alvarado - Há um toque de recolher desde ontem (segunda-feira). E o toque de recolher significa, em todo mundo, que as pessoas não podem sair às ruas, e Zelaya está convocando as pessoas a ir às ruas. O toque foi respeitado durante toda a noite. Foi dada uma margem (de tempo) para que as pessoas saíssem das ruas, apesar de o toque de recolher ter começado ontem. Então, bombas de gás lacrimogêneo foram utilizadas. Creio que deve haver gente armada entre os manifestantes.






BBC - Houve informações de disparos contra a embaixada do Brasil. A senhora poderia confirmar ou desmentir?

Alvarado - Não, não. Isso não aconteceu. Os militares sabem que se trata de uma sede diplomática, e o governo também. Apesar de a sede diplomática estar sendo utilizada como quartel-general por Zelaya, que convoca uma insurreição dali, e comprometendo o Brasil. Por isso, esperamos que, nas próximas horas, o Brasil o entregue ou conceda a ele asilo político.

BBC - Fala-se de presos, mortos e feridos às portas da embaixada do Brasil.



Alvarado - Eu vivo muito perto da embaixada do Brasil, e a única coisa que senti foram os disparos das bombas de gás lacrimogêneo e um pouco de fumaça. Agiram para desalojar essas pessoas.

BBC - A senhora descarta que o Exército ou a polícia tenham recebido ordens de disparar contra a embaixada do Brasil?

Alvarado - Sim, porque eu estava ali no momento em que o Exército foi instruído. E tenho fé em Deus de que assim seja, de verdade. As instruções eram as normais, que se recebe em qualquer parte do mundo, para evitar fazer vítimas.

BBC - Manuel Zelaya garantiu que não pensa em deixar Honduras. A senhora sabe quais são os próximos movimentos políticos do governo interino de Roberto Micheletti diante dessa situação?

Alvarado - Ontem, lemos um comunicado da chancelaria no qual se expressava um rechaço absoluto à atitude do Brasil de ter permitido o retorno de Zelaya e de ele estar dirigindo, da embaixada, uma insurgência civil. Essa situação é obviamente complexa, porque ele entrou no país sob proteção do Brasil. E o que se pediu é que o entreguem de imediato às autoridades hondurenhas, para que enfrente o processo judicial que tem pendente em Honduras. Por outro lado, a outra opção que ele teria é obter asilo político. Diante dessa situação, a decisão de Zelaya de continuar no país depende da atitude que o governo brasileiro tomar diante da situação de Zelaya de fazer de sua embaixada um quartel-general.


BBC - Qual seria a atitude do governo interino no caso de Zelaya decidir abandonar a embaixada do Brasil?

Alvarado - No caso de ele abandonar a embaixada, sabe que espera por ele um processo judicial, pelo qual seria preso, porque há uma ordem de prisão e vários delitos pendentes, acrescentados a uma quantidade de delitos que foram descobertos. Então, a melhor forma para ele seria submeter-se a um julgamento e demonstrar, se assim for, que é inocente ou assumir as responsabilidades de sua culpa.

BBC - Essa situação ocorre em um momento em que ocorre a Assembleia Geral da ONU e o G-20 estão prestes a se reunir, o governo interino de Honduras está isolado internacionalmente e a comunidade internacional está observando Honduras.





Alvarado - Até ontem, foi possível ver que isso está sendo muito bem orquestrado, por tudo que se passa lá nos Estados Unidos. Nós desconhecemos o que está sendo planejado entre o senhor Zelaya e a comunidade internacional. O que, sim, pode ser provado é que a ingerência da Venezuela é evidente em tudo isso e agora, lamentavelmente, a do Brasil também.

BBC - Diante das notícias de que milhares de pessoas estão chegando a Tegucigalpa, como o governo interino planeja administrar essa situação?

Alvarado - A situação está se agravando, e consideramos o governo brasileiro responsável por propiciar um derramamento de sangue que, até agora, não ocorreu. Está atiçando dali uma insurreição civil e a situação se complicou. Há informações precisas para que as Forças Armadas não utilizam mais bombas de gás lacrimogêneo. Mas, à medida que essa multidão vai se exaltando, está armada e conta com recrutadores profissionais treinados por cubanos e venezuelanos, estamos diante de uma situação que pode se tornar dramática.

BBC - Os senhores, na medida em que controlam o Exército e a polícia, têm responsabilidade sobre essa situação. Que ordens o Exército está recebendo?

Alvarado - Estamos sendo o mais cautelosos, dentro do possível, por convicção, por respeito à lei e à cidadania, e porque o que se quer evitar é um derramamento de sangue, desde o primeiro dia. Tal como se deu com a captura e extradição do senhor Zelaya, quando não houve derramamento de sangue. As instruções são a de um Exército profissionalizado e que compreende qual é sua responsabilidade em relação aos direitos humanos, e que quer evitar a todo custo derramamento de sangue. É difícil quando se começam a ouvir alguns disparos. Mas, antes da chegada de Zelaya, não houve distúrbios. Agora, não se sabe o que acontecerá. E ele faz um chamado para que se viole o toque de recolher.


BBC - A senhora acredita que vocês podem perder o controle da situação?

Alvarado - Não perdemos o controle porque as multidões são de números administráveis. Cercam um quarteirão ao redor da embaixada e vão até a embaixada dos Estados Unidos. Não tenho informação do que aconteceu durante a noite. Mas são pessoas administráveis por nossas Forças Armadas. Mas, nesse momento, é um problema de ingerência do Brasil em Honduras.


BBC - Mas a comunidade internacional condenou o golpe de Estado e o governo de Micheletti.

Alvarado - Mas isso não permite a qualquer embaixada que, desde seu território, que é o Brasil, fomente uma insurreição civil. Tudo bem que apoiem o retorno de Zelaya, mas a força não é um forma de fazê-lo.

BBC - E qual seria a forma adequada?


Alvarado - A comunidade internacional já entendeu que o retorno de Zelaya ao poder não é viável porque a Suprema Corte e o Congresso Nacional, império da lei que governa qualquer país do mundo, o declararam culpado. E, quando se extradita o senhor Zelaya, o que quer se evitar é o que vocês estão vendo agora, uma turba dirigida por ele, uma turba que não é uma maioria.

BBC - Zelaya disse estar disposto a dialogar com Micheletti. Qual a posição do governo a respeito?

Alvarado - A proposta de Zelaya está condicionada a sua entrega à Justiça, porque há uma ordem de prisão. Essa é a condição à proposta de Zelaya. As pessoas que não têm dívidas com a Justiça não têm qualquer problema, mas o processo contra o senhor Zelaya tem que ser cumprido.

BBC - Quando houve a destituição de Zelaya, os senhores contavam com o apoio do Judiciário, do Executivo e dos militares. Agora, que apoio interno tem o governo interino?

Alvarado - Nós nos vimos obrigados a tomar uma decisão como essa para garantir o processo democrático que Zelaya estava ameaçando prejudicar, com uma nova reeleição e uma Constituinte. Esse país está sob um Estado de direito, em que a Justiça funciona. E esse é um governo transitório, que não busca permanecer no poder. O único que quer é que sejam reconhecidas as próximas eleições. Essa é a única saída legítima para uma crise provocada por Manuel Zelaya.

Alvarado afirmou ainda que a restituição de Zelaya ao poder "não é viável" e que a única alternativa para o
presidente deposto é "enfrentar um processo judicial.




Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1314039-5602,00.html

Honduras, hoje pela manhã


O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse nesta terça-feira (22) que pediu proteção ao Brasil e não pretende pedir asilo político. Em entrevista exclusiva à TV Globo, Zelaya disse que chegou à embaixada brasileira após uma viagem de quinze horas.

Disse também que a sua volta é uma ação de resistência para que seja possível buscar acordo político nas próximas horas. Zelaya se disse otimista, mas ressaltou que o país está sitiado. O presidente deposto informou que não há prazo para deixar a embaixada brasileira.

Diplomata

Mais cedo, o Encarregado de Negócios Francisco Catunda Rezende disse que a situação na Embaixada brasileira em Honduras acalmou um pouco em relação a como estava nesta manhã. "Na parte da manhã, a polícia lançou bombas de gás lacrimogênio aqui na rua onde se encontrava quantidade de manifestantes, e isso causou um certo alvoroço, tanto na rua quanto na embaixada," explicou.















Os funcionários da embaixada estão sendo dispensados. "A Embaixada está praticamente fechada, né? Hoje é toque de recolher o dia todo, não tem comércio, não tem bancos. A situação está ainda tensa," disse o diplomata.


Exercito fascista de Honduras reprime população!



Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1313949-5602,00-ZELAYA+DIZ+QUE+PEDIU+PROTECAO+AO+BRASIL+E+NAO+PRETENDE+PEDIR+ASILO+POLITICO.html

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

FMI dá US $ 164 milhões aos golpistas de Honduras. Abaixo a ditadura!

O FMI está passando por uma expansão sem precedentes do seu acesso aos recursos, podendo chegar a um trilhão de dólares. Esta semana, a União Europeia comprometeu-175 bilião dólares, 67 bilião dólares mais do que até mesmo os 108 bilião dólares que Washington concordou em forquilha, após mais de um impasse tenso entre o Congresso ea administração E.U. Obama mais cedo este verão.
O Fundo e os seus defensores argumentam que o FMI mudou. O FMI está "de volta em uma nova roupagem", disse The Economist. Desta vez, dizem, é realmente vai funcionar como uma organização multilateral que tem vista para os países e povos do mundo, e não apenas para Washington, de Wall Street, ou bancos europeus.
Mas olhando mais e mais como o FMI mesma idade em esteróides. Na semana passada o FMI desembolsou 150,1 milhões dólares para o governo de facto de Honduras, e planeja desembolsar mais US $ 13.8 milhões sobre 9 de setembro. O governo de facto não tem legitimidade no mundo. Ele tomou o poder em 28 de junho em um golpe militar, em que o Presidente eleito, Manuel Zelaya, foi levado de sua casa por homens armados e levado para fora do país. A Organização dos Estados Americanos Honduras suspensa até que a democracia seja restaurada e as Nações Unidas também pediu a devolução "imediata e incondicional" do presidente eleito.
Nenhum país do mundo reconhece o governo de golpe de Estado de Honduras. Do Hemisfério Ocidental ea União Europeia, apenas os Estados Unidos mantém um embaixador lá. O Banco Mundial pausado empréstimos a Honduras dois dias após o golpe, e os Inter-American Development Bank fez o mesmo dia seguinte. Mais recentemente, a Banco Centro-Americano de Integração Econômica suspensão de crédito para Honduras. O União Européia suspendeu mais de US $ 90 milhões em ajuda também, e está a considerar novas sanções.
Mas o FMI passou à frente e despejou uma grande quantidade de dinheiro em Honduras - o equivalente seria mais de $ 160 bilhões nos Estados Unidos - como se está tudo ok lá.
Isto está de acordo com E.U. política, que não é surpreendente que os Estados Unidos foi - desde a criação do FMI, em 1944 - diretor superintendente do Fundo. Washington até agora fez apenas um gesto simbólico em corte de cerca de US $ 18,5 milhões para Honduras, enquanto continua a derramar em dezenas de milhões.
Na verdade, mais de dois meses após o hondurenho militar derrubou o presidente eleito de Honduras, o governo dos Estados Unidos ainda tem que determinar que um golpe militar que realmente ocorreu. Isto é porque tal determinação exigiria, no âmbito da Política Externa E.U. Dotações Act, um corte de auxílio.
Uma das maiores fontes de ajuda E.U. é o Millennium Challenge Corporation (MCC), uma entidade governamental cujo conselho é presidido pelo Secretário de Estado E.U. Hillary Clinton.
Curiosamente, foram dois golpes militares no ano passado em países que recebiam dinheiro da MCC: Madagascar e Mauritânia. Em ambos os casos, Auxílio MCC foi suspenso nos três dias do golpe.
A decisão do FMI para dar dinheiro para o governo de Honduras é uma reminiscência da sua reacção ao golpe de 2002 que derrubou temporariamente o presidente Hugo Chávez da Venezuela. Apenas algumas horas após o golpe, o porta-voz do FMI anunciou que "Estamos prontos para ajudar a nova administração da maneira que achar conveniente." Esta promessa imediata de apoio do FMI para um governo militar instalado na época era sem precedentes. Dados os recursos eo poder do FMI, que era uma importante fonte de legitimidade internacional para o governo golpe. Membros do Congresso E.U. escreveu mais tarde ao FMI para saber como isso aconteceu. Como é que o FMI decidir tão rapidamente para apoiar este governo ilegítimo? O Fundo respondeu que nenhuma decisão foi tomada, que este era apenas um off-the-cuff observação pelo seu porta-voz. Mas isto parece muito improvável, e no vídeo no site do FMI na web, o porta-voz parece ser a leitura de uma declaração preparada quando se fala de dinheiro para o governo golpista.
No caso de Honduras, o FMI seria provavelmente dizer que os fundos atuais são parte de um pacote de US $ 250 bilhões em que todos os países membros estão a receber uma parte proporcional à sua quota do FMI, independentemente do governo. Isso é verdade, mas não resolve a questão de quem os fundos devem ser desembolsados para, no caso de uma não-reconhecido, governo ilegítimo que tem tomado o poder pela força. O Fundo poderia muito facilmente adiar desembolsar esse dinheiro até que algum tipo de determinação pode ser feita, ao invés de simplesmente agindo como se não houvesse nenhuma pergunta sobre a legitimidade do governo golpista.
Curiosamente, o FMI não teve nenhum problema de corte de fundos no âmbito do seu regime de espera com o governo democraticamente eleito do presidente Zelaya, em novembro do ano passado, quando o Fundo não concordar com suas políticas econômicas.
Ainda estamos muito longe de uma reforma do FMI.
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Mark Weisbrot é co-diretor do Centro para a Política Económica e Investigação, Em Washington, D. C. Ele recebeu seu Ph.D. em Economia pela Universidade de Michigan. Ele é co-autor, com Dean Baker, do Segurança Social: A Crise Phony (University of Chicago Press, 2000), e tem escrito vários artigos de investigação em matéria de política económica. Ele também é presidente da Just Foreign Policy. Este artigo foi publicado pela primeira vez pelo Guardian em 3 de setembro de 2009 e, em seguida, reproduzida no CEPR Site sob uma licença Creative Commons. En español: .
 
 

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Malabarismo pirotécnico do Supremo. Julgou abusivamente o presidente da República, acreditando que negava extradição ao italiano Battisti. Este ficou 12 anos na França, ninguém o incomodou. Ficará para sempre no Brasil.

Os Ministros se dizem “guardiões da Constituição”, mas na verdade não fizeram outra coisa a não ser rasgá-la, violentá-la, maculá-la. Se o bravo Ministro Marco Aurélio não tivesse “pedido vista”, a violação teria sido consumada.
A confusão era total, muito ministros nem sabiam o que estavam decidindo, se a preliminar ou o Mandado de Segurança. Aí, como não sabiam o que fazer, desprezaram a preliminar, desprezaram a Constituição, desprezaram o Mandado de Segurança, (no caso uma excrescência), desprezaram seus votos (anteriores) e suas coerências, decidindo pela inqualificável extradição.


Tendo recebido indevidamente a contestação da decisão do presidente da República de conceder “refúgio”, (leia-se asilo) ao impetrante, a Suprema Corte agiu como primário juizado de instrução. (Que nem existe no Brasil).
E não podendo o mais (e sabiam disso) tentaram examinar o menos, desperdiçando nessa incoerência imprudência, exaustas 12 horas. E aí passaram a examinar se Cesare Battisti cometeu crime comum ou crime político. Ora, quem tinha que fazer isso, e fez, foi o governo italiano.
À Suprema Corte brasileira não restou função alguma, já que o refúgio (asilo) já havia sido concedido pelo presidente da República. E o Supremo não pode julgar o presidente, a não ser em condições especialíssimas, que não estavam em causa.
(Passaria pela cabeça de alguns Ministros que estavam se aproximando perigosamente de uma área rigorosamente parecida com o impeachment, sem nenhuma condição legal ou constitucional para fazê-lo?)
Já que estavam reunidos, o que fazer? Examinaram. Divididos, deram demonstração de puro exibicionismo, (felizmente não geral ou total) e afirmaram inacreditavelmente: “Não foi o presidente que concedeu “refúgio” (asilo) e sim o Ministro da Justiça”.
Aí gritaram, retumbaram, declamaram: “O ato do Ministro da Justiça é ILEGAL”. Por que e onde está a ILEGALIDADE? O presidente da República, nos regimes vigorantes no mundo ocidental, é responsável por tudo o que acontece, embora compreensivelmente não assine nem imponha sua assinatura em todos os atos ou decisões.
E como se trata de um caso em que está envolvida a própria soberania nacional, nem imaginar que o presidente da República não foi consultado. E a autoridade a conceder a extradição era e é o Ministro da Justiça. Que autoridade mais legítima, mais autêntica do que o Ministro da Justiça?
Se a autoridade que concedeu o asilo, fosse o Ministro da Agricultura ou o da Igualdade Racial, (Battisti é branco) aí a Suprema Corte teria “inventado a pólvora”, a concessão não era apenas ilegal e sim i-l-e-g-a-l-í-s-s-i-m-a.
Não sobrou nada da decisão do Supremo. Não está 4 a 3 a “favor” da extradição e sim 5 a 4 ainda a “favor”. Marco Aurélio, (que pediu vista) votará contra, ou não seria Marco Aurélio. Estará então 4 a 4, e Gilmar Mendes desempataria, por duas razões. 1- Porque já deixou bem claro, não por indícios mas por afirmações, que votará pela extradição. 2- Se votasse diferente, não seria Gilmar Mendes.
Agora o mais importante de tudo, comprovando que o Supremo perdeu um dia inteiro, e esse “julgamento” não ficará nos anais. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO ESTARÁ OBRIGADO A CUMPRIR O QUE O SUPREMO FINGIU OU PENSOU (?) QUE DECIDIU. E são várias as razões.


1- O Supremo não poderia julgar o Presidente da República. 2- O presidente já decidira conceder o asilo. 3- Nessa questão, regida por Tratados internacionais, a COMPETÊNCIA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA É SOBERANA E INCONTESTÁVEL.

4- Um governo internacional, (no caso a Itália) não pode invadir a competência de outro país. 5- A própria Itália reconheceu o fato, deixando Battisti 12 anos na França, sem pedir sua extradição.

6- A Itália de Berlusconi, (sem qualquer moral ou competência) contestou a decisão, visivelmente considerando o Brasil mais vulnerável e mais sujeito a pressões.

PS- Posso escrever (ou debater) durante as mesmas 12 horas gastas pelo Supremo. Espero sinceramente, que enquanto Marco Aurélio examina o processo, cheguem a uma conclusão FAVORÁVEL ao Supremo. Mudar de voto é a coisa mais simples e comum.
PS2- Se não houver a imposição ou adoção do bom senso, o Presidente da República, (no caso Lula, mas fosse quem fosse) não poderia DIMINUIR SEUS PODERES E CONCEDER A EXTRADIÇÃO QUE JÁ NEGOU.
Texto de Helio Fernandes

Disponível em: http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=3303