16 de Julho de 1917
Esta questão surge por si própria. Para responder correctamente aos acontecimentos com uma táctica definida, é preciso compreendê-los correctamente. Como, pois, compreender a retirada dos democratas-constitucionalistas?
Despeito? Desacordo de princípios na questão da Ucrânia? Não, naturalmente. Seria ridículo suspeitar os democratas-constitucionalistas de firmeza de princípios, ou a burguesia de capacidade de actuar por despeito.
Não. A retirada dos democratas-constitucionalistas só pode ser compreendida como o resultado de um cálculo. Em que consiste este cálculo?
Em que, para dirigir um país que realizou uma grande revolução e ainda não pode tranquilizar-se e, além disso, durante uma guerra imperialista de dimensão mundial, são necessários a iniciativa e o impulso gigantescamente audazes, historicamente grandes, cheios de um entusiasmo sem limites, de uma classe verdadeiramente revolucionária. Ou esmagar essa classe pela violência — o que pregam os democratas-constitucionalistas desde há muito, desde o próprio 6 de Maio — ou confiar-se à sua direcção. Ou em união com o capital imperialista — e então é preciso lançar-se numa ofensiva, é preciso ser um servo obediente do capital, é preciso submeter-se à sua servidão, é preciso abandonar as utopias sobre a abolição da propriedade da terra sem indemnizações (ver os discursos de Lvov contra o programa de Tchernov na versão do Birjovka) —, ou contra o capital imperialista, e então é preciso propor imediatamente condições precisas de paz a todos os povos, pois todos os povos estão esgotados pela guerra, então é preciso ousar levantar e saber levantar a bandeira da revolução proletária mundial contra o capital, fazê-lo não em palavras, mas de facto, impulsionar a revolução na própria Rússia de modo mais resoluto.
Os democratas-constitucionalistas são homens de negócios, pragmáticos tanto nos assuntos comerciais, nas finanças, na defesa do capital, como na política. Calcularam correctamente que a situação é objectivamente revolucionária. Estão de acordo com as reformas e aceitam dividir o poder com os reformistas Tseretéli e Tchernov. Mas as reformas não ajudam. Não existecaminho de reformas para sair da crise — da guerra, da ruína.
E os democratas-constitucionalistas, do ponto de vista da sua classe, do ponto de vista da classe dos imperialistas exploradores, calcularam bem: retirando-nos, pensam, apresentamos um ultimato. Sabemos que os Tseretéli e os Tchernov não confiam agora na classe verdadeiramente revolucionária, não querem seguir agora uma política verdadeiramente revolucionária. Assustá-los-emos. Ficar sem os democratas-constitucionalistas, pensam, isso significa ficar sem a «ajuda» do capital anglo-americano mundial, significa fazer a revolução também contra ele. Os Tseretéli e os Tchernov não o farão, não se atreverão! Cederão diante de nós!
E se não, a revolução contra o capital, mesmo que se inicie, fracassará, e nós voltaremos.
Assim calculam os democratas-constitucionalistas. Repetimos: do ponto de vista da classe dos exploradores é um cálculo correcto.
Se os Tseretéli e os Tchernov se tivessem mantido no ponto de vista da classe explorada — e não no da pequena burguesia vacilante — teriam respondido ao correcto cálculo dos democratas-constitucionalistas com uma correcta adesão à política do proletariado revolucionário.
Despeito? Desacordo de princípios na questão da Ucrânia? Não, naturalmente. Seria ridículo suspeitar os democratas-constitucionalistas de firmeza de princípios, ou a burguesia de capacidade de actuar por despeito.
Não. A retirada dos democratas-constitucionalistas só pode ser compreendida como o resultado de um cálculo. Em que consiste este cálculo?
Em que, para dirigir um país que realizou uma grande revolução e ainda não pode tranquilizar-se e, além disso, durante uma guerra imperialista de dimensão mundial, são necessários a iniciativa e o impulso gigantescamente audazes, historicamente grandes, cheios de um entusiasmo sem limites, de uma classe verdadeiramente revolucionária. Ou esmagar essa classe pela violência — o que pregam os democratas-constitucionalistas desde há muito, desde o próprio 6 de Maio — ou confiar-se à sua direcção. Ou em união com o capital imperialista — e então é preciso lançar-se numa ofensiva, é preciso ser um servo obediente do capital, é preciso submeter-se à sua servidão, é preciso abandonar as utopias sobre a abolição da propriedade da terra sem indemnizações (ver os discursos de Lvov contra o programa de Tchernov na versão do Birjovka) —, ou contra o capital imperialista, e então é preciso propor imediatamente condições precisas de paz a todos os povos, pois todos os povos estão esgotados pela guerra, então é preciso ousar levantar e saber levantar a bandeira da revolução proletária mundial contra o capital, fazê-lo não em palavras, mas de facto, impulsionar a revolução na própria Rússia de modo mais resoluto.
Os democratas-constitucionalistas são homens de negócios, pragmáticos tanto nos assuntos comerciais, nas finanças, na defesa do capital, como na política. Calcularam correctamente que a situação é objectivamente revolucionária. Estão de acordo com as reformas e aceitam dividir o poder com os reformistas Tseretéli e Tchernov. Mas as reformas não ajudam. Não existecaminho de reformas para sair da crise — da guerra, da ruína.
E os democratas-constitucionalistas, do ponto de vista da sua classe, do ponto de vista da classe dos imperialistas exploradores, calcularam bem: retirando-nos, pensam, apresentamos um ultimato. Sabemos que os Tseretéli e os Tchernov não confiam agora na classe verdadeiramente revolucionária, não querem seguir agora uma política verdadeiramente revolucionária. Assustá-los-emos. Ficar sem os democratas-constitucionalistas, pensam, isso significa ficar sem a «ajuda» do capital anglo-americano mundial, significa fazer a revolução também contra ele. Os Tseretéli e os Tchernov não o farão, não se atreverão! Cederão diante de nós!
E se não, a revolução contra o capital, mesmo que se inicie, fracassará, e nós voltaremos.
Assim calculam os democratas-constitucionalistas. Repetimos: do ponto de vista da classe dos exploradores é um cálculo correcto.
Se os Tseretéli e os Tchernov se tivessem mantido no ponto de vista da classe explorada — e não no da pequena burguesia vacilante — teriam respondido ao correcto cálculo dos democratas-constitucionalistas com uma correcta adesão à política do proletariado revolucionário.
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