26 de Julho de 1913
Terminaram recentemente, em Londres, os trabalhos do «quinto congresso internacional de luta contra o tráfico de escravas brancas».
Foi um desfile de duquesas, condessas, bispes, pastores, rabinos, funcionários da polícia e filantropos burgueses de todo tipo! E quantos banquetes e faustosas recepções oficiais para a ocasião,! Quantos discursos solenes sobre os danos e a infâmia da prostituição!
Quais foram os meios de luta invocadas pelos delegados burgueses ao congresso por essas delicadas pessoas? Dois meios, antes de tudo: a religião e a polícia. Esses são considerados os melhores meios, os mais seguros. Segundo o correspondente londrino da Leipziger Volkszeitumg(1*) um delegado britânico gabava-se de haver proposto ao parlamento inglês infligir penas corporais aos exploradores do lenocínio. Eis aí um herói «progressista» da luta centra a prostituição em nossa época!
Uma dama canadense elevava ao céu a polícia e a vigilância exercida pela polícia feminina sobre as «decaídas» mas, quanto ao aumento dos salários, sustentava que os operários não o mereciam.
Um pastor alemão lançou raios contra o materialismo contemporâneo que ganhava cada vez mais terreno entre o povo e que contribui para a difusão da amor livre.
E, quando o delegado austríaco Hertner tentou levantar a questão das causas sociais a que remonta a prostituição, a miséria extrema das famílias operárias, a exploração do trabalho das adolescentes, as condições insuportáveis de moradia etc., um coro de exclamações hostis obrigou o orador a calar-se!
Em compensação, os delegados contavam coisas instrutivas e edificantes sobre altas personalidades. Contavam, por exemplo, que quando a imperatriz alemã visita uma clínica obstétrica de Berlim, as mães de filhos «ilegítimos» recebem alianças, a fim de não ofender o olhar da augusta senhora com a visão de mães solteiras!
Tudo isso pode dar uma idéia da sórdida hipocrisia dominante nesses congressos aristocráticos e burgueses. Os acrobatas da filantropia e os policiais, para quem a pobreza e a miséria são objeto de escárnio, reúnem-se para «lutar contra a prostituição», que é alimentada precisamente pela aristocracia e pela burguesia. . .
Foi um desfile de duquesas, condessas, bispes, pastores, rabinos, funcionários da polícia e filantropos burgueses de todo tipo! E quantos banquetes e faustosas recepções oficiais para a ocasião,! Quantos discursos solenes sobre os danos e a infâmia da prostituição!
Quais foram os meios de luta invocadas pelos delegados burgueses ao congresso por essas delicadas pessoas? Dois meios, antes de tudo: a religião e a polícia. Esses são considerados os melhores meios, os mais seguros. Segundo o correspondente londrino da Leipziger Volkszeitumg(1*) um delegado britânico gabava-se de haver proposto ao parlamento inglês infligir penas corporais aos exploradores do lenocínio. Eis aí um herói «progressista» da luta centra a prostituição em nossa época!
Uma dama canadense elevava ao céu a polícia e a vigilância exercida pela polícia feminina sobre as «decaídas» mas, quanto ao aumento dos salários, sustentava que os operários não o mereciam.
Um pastor alemão lançou raios contra o materialismo contemporâneo que ganhava cada vez mais terreno entre o povo e que contribui para a difusão da amor livre.
E, quando o delegado austríaco Hertner tentou levantar a questão das causas sociais a que remonta a prostituição, a miséria extrema das famílias operárias, a exploração do trabalho das adolescentes, as condições insuportáveis de moradia etc., um coro de exclamações hostis obrigou o orador a calar-se!
Em compensação, os delegados contavam coisas instrutivas e edificantes sobre altas personalidades. Contavam, por exemplo, que quando a imperatriz alemã visita uma clínica obstétrica de Berlim, as mães de filhos «ilegítimos» recebem alianças, a fim de não ofender o olhar da augusta senhora com a visão de mães solteiras!
Tudo isso pode dar uma idéia da sórdida hipocrisia dominante nesses congressos aristocráticos e burgueses. Os acrobatas da filantropia e os policiais, para quem a pobreza e a miséria são objeto de escárnio, reúnem-se para «lutar contra a prostituição», que é alimentada precisamente pela aristocracia e pela burguesia. . .
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