quinta-feira, 27 de novembro de 2008

continuação...

* Ver a minha Carta à redação do "Iskra", p. 5, e as atas da Liga, p. 53
* Ver p. 140 das atas, o discurso de Akhnov: ... "dizem-me que das eleições para o OC falaremos no fim"; o discurso de Muraviot contra Akímov "que toma demasiado a peito a questão da futura redação do OC" (p. 141); "discurso de Pavlóvitch declarando que, uma vez designado o órgão, tínhamos "materiais concretos com os quais podemos fazer as operações com que o camarada Akímov tanto se preocupa", e que. quanto à "submissão" do Iskra ""às decisões do partido", não podia haver nisso nem sombra de dúvida (p. 142); o discurso de Trotski: " se não confirmamos a redação o que é que nós confirmamos no Iskra?... Não é o nome, mas a orientação ... não é o nome, mas a bandeira" (p. 142); o discurso de Martínov: ... "Considero, como de resto muitos outros camaradas, que ao discutir o reconhecimento do Iskra como jornal duma certa tendência, como nosso Órgão Central, não devemos falar agora do modo de eleição ou de confirmação da sua redação; falaremos disso mais tarde, no lugar correspondente da ordem do dia"...(p. 143)
* Terminou o congresso sem que soubéssemos a que"fricções" o camarada Possadóvski se referia. Quanto ao camarada Muraviov, na mesma sessão (p. 322) pôs em dúvida que se tivesse interpretado fielmente o seu pensamento, e quando se retificavam as atas declarou francamente que "falava de fricções que tinha havido nos debates no congresso sobre diversas questões, de fricções de um caráter de princípio, cuja existência, infelizmente, é no momento atual uma fato que ninguém negará" (p. 353).
*4 CF. o discurso do camarada Possadóvski:... " Ao escolher três membros entre os seis da antiga redação, dizeis desse modo que os outros três são inúteis, supérfluos. E não tendes nem o direito nem motivos fundados para fazer."
*5 O camarada Mártov, no seu Estado de Sítio, abordou esta questão do mesmo modo que todos os outros problemas por ele tratados. Não se deu ao trabalho de esboçar um quadro completo da discussão. Muito modestamente, rodeou a única verdadeira questão de princípio surgida nesta discussão: amabilidades filistinas ou eleição de funcionários? Ponto de vista de partido ou ressentimento dos Ivan Ivánovitch? Também aqui o camarada Mártov contentou-se em extrair passagens isoladas e desgarradas deste incidente, acrescentando toda a espécie de injúrias contra mim. É bem pouco, camarada Màrtov!
Ocamarada Mártov insiste particularmente em perguntar-me a mim por que razão não se elegeu no congresso os camaradas Axelrod, Zassúlitch e Starover. O ponto de vista filistino por ele adotado impede-o de ver como são-indecorosas tais perguntas (porque não pergunta isso ao seu colega de redação, o camarada Plekhánov?). No fato de eu considerar que "houve falta de tato" na conduta da minoria no congresso quanto à questão do grupo de seis e exigir ao mesmo tempo que se informe disso o partido, vê Mártov uma contradição. Não há qualquer contradição nisto, como bem facilmente poderia dar-se conta o próprio Mártov, se se quisesse ter dado ao trabalho de fazer uma exposição coerente de todas as peripécias do problema, e não de fragmentos. Ter falta de tato era pôr a questão do ponto de vista filistino, fazendo apelo à piedade e ao ressentimento; os interesses da publicidade de partido teriam exigido uma apreciação, quanto ao fundo, das vantagens do grupo de seis em comparação com o grupo de três, apreciação dos candidatos aos cargos, apreciação dos matizes: a minoria não disse sequer uma palavra acerca disto no congresso.
Estudando atentamente as atas, o camarada Mártov teria podido encontrar nos discursos dos delegados toda uma série de argumentos contra o grupo de seis. Eis alguns excertos desses discursos: primeiro, o antigo grupo de seis deixa perceber claramente algumas asperezas no sentido de matizes de princípio; segundo, seria desejável uma simplificação técnica do trabalho redatorial; terceiro, os interesses da causa passam por cima das amabilidades filiseinas; só a eleição permitirá garantir que as pessoas escolhidas sejam adequadas aos cargos; quarto, não se pode limitar a liberdade de eleição pelo congresso; quinto, o partido agora não precisa apenas de um grupo de literatos no OC, o OC não precisa apenas de homens de letras, mas também de administradores; sexto, o OC deve dispor de pessoas perfeitamente determinadas, conhecidas do congresso; sétimo, um organismo formado por seis pessoas é muitas vezes incapaz de atuar, e o seu trabalho não se fez graças a estatutos anormais, mas a despeito deles; oitavo, dirigir um jornal é assunto do partido (e não dum circulo), etc. - Que o camarada Mãrtov tente, se se interessa tanto pelas causas da não eleição destas pessoas, compreender cada uma destas considerações e refutar nem que seja uma só delas.
*6 Foi assim que o camarada Sorókine, naquela mesma sessão, compreendeu as palavras do camarada Deursch (cf. p. 324: "diálogo violento com Orlov"). O camarada Deutsch explica (p. 351) que "não disse nada semelhante", mas reconhece imediatamente que disse algo de muito, muito "semelhante". "Eu não disse: quem se decidirá - explica o camarada Deutsch -, mas estou com curiosidade dever quem se decidirá [(sicf) o camarada Deutsch corrige-se, indo de mal a pior!) a apoiar uma proposta tão criminosa (sic!) como a eleição do grupo de três" (p. 351). O camarada Deutsch não refutou, antes confirmou, as palavras do camarada Sorókine. O camarada Deutsch confirmou a censura deste último de que "todas as noções se ralharam aqui" (nos argumentos da minoria a favor do grupo de seis). O camarada Deustch confirmou a oportunidade da alusão do camarada Sorókine a esta verdade elementar de que " nós somos membros do partido e devemos agir guiados exclusivamente por considerações políticas". Gritar que as eleições foram criminosas é rebaixar-se não só a uma atitude filistina, mas francamente ao escandalozinho!
*7 Ver o presente tomo, pp. 293-294. (N. Ed.)
*8 O camarada Mártov faz provavelmente alusão à expressão do camarada Possadóvski: "fricções". Repito que o camarada Possadóvski não explicou no entanto ao congresso onde ele queria chegar, e o camarada Muraviov, que usou a mesma expressão, explicou que falava de fricções de princípio que tinham surgido nos debates do congresso. Os leitores lembrar-se-ão que o único exemplo de verdadeiros debates de princípio, debates nos quais tinham participado quatro redatores (Plekhánov, Mártov, Axelrod e eu) se referia ao § 1 dos estatutos, e que os camaradas Mártov e Starover se queixaram por escrito da "falsa acusação de oportunismo" como um dos argumentos a favor da "alteração" da redação. Nesta carta, o camarada Mãrtov descobria uma ligação clara do "oportunismo" como plano de alteração da redação, mas no congresso contentou-se em fazer uma vaga alusão a "certas fricções". A "falsa acusação de oportunismo estava já esquecida!
*9 O camarada Mártov acrescentou ainda: "Talvez Riazánov consentisse fazer esse papel, mas não o Mártov que conheceis, penso eu, pelo seu trabalho," Como se tratava de um ataque pessoal contra Riazánov, o camarada Mártov retirou as suas palavras. Mas Riazánov figurou no congresso como tipo representativo, não por estas ou aquelas qualidades pessoais (seria deslocado falar delas), mas pela fisionomia política do grupo "Borbá", pelos seus erros políticos. O camarada Mártov faz muito bem em retirar as ofensas pessoais, supostas ou reais, mas não se devem esquecer por isso os erros políticos que devem servir de lição ao partido. O grupo "Borbá" foi acusado no nosso congresso de semear o "caos organizativo" e a "fragmentação que nenhuma consideração de princípio justificava" (p. 38, discurso do camarada Mártov). Tal conduta política merece seguramente ser censurada, não só quando a vemos manifestar-se num pequeno grupo antes do congresso do partido num período de caos geral, mas também quando a vemos depois do congresso do partido, quando se elimina o caos, mesmo quando a vemos da parte da "maioria da redação do lskra e da maioria do grupo "Emancipação do Trabalho".
*10 Ver V. I. Lénine, Obras Completas, 5.ª ed. Em russo, t. 7, p. 305. (N. Ed.)
*11 No fim dos fins. (N. Fel.)
*12 Ver V.I. Lenine, Obras Completas, 5.ª ed. Em usso, t. 7, pp.307-398 (N. Ed.)
*13 Como se manifestaram no congresso a hesitação, a instabilidade e a imprecisão da minoria iskrista? Primeiro, no fraseado oportunista sobre o § 1 dos estatutos; segundo, na coligação com os camaradas Akímov e Líber, a qual se desenvolveu rapidamente na segunda metade do congresso; terceiro, na faculdade de rebaixar a questão da eleição dos funcionários para o OC a um nível filistino, a palavras mesquinhas e até à penetração na consciência alheia. E depois do congresso tão belas qualidades amadureceram, e os botões deram flores e frutos.
*14 Traduzo pelas palavras intelectual, intelectualidade, os termos alemães Literat, Literatentum. que englobam não só os literatos, mas todos os homens instruídos, das profissões liberais em geral, os trabalhadores intelectuais (brain worker, como dizem os ingleses), ao contrário dos trabalhadores manuais.
*15 É muito característico do confusionismo que os nossos martovistas provocaram em todos os problemas de organização o fato de que, depois de terem feito uma viragem para Akímov e para uma democracia deslocada, estão ao mesmo tempo irritados pela eleição democrática da redação, eleição feita no congresso e de antemão prevista por todos. Será este também o vosso princípio, scnhores?
*16 Karl Kautsky, "Franz Mehring., Neue Zeit, XXII, I, S. 99-101, 1903, n.º 4.
*17 Ver pp. 337, 338, 340, 352, etc., das atas do congresso.
*18 P. 342. Trata-se da eleição do quinto membro do Conselho. Foram entregues 24 boletins (44 votos ao todo), dos quais havia dois em branco.
*19 No congresso da Liga, o camarada Mártov aduziu ainda este argumento contra a resolução do camarada Plekhánov: A principal objeção contra esta resolução, o principal defeito desta resolução, é que ela desconhece inteiramente o fato de que temos o dever de não nos furtarmos, na luta contra a autocracia, a uma aliança com os elementos democrático-liberais. O camarada Lénine teria chamado a tal tendência uma tendência martinoviana. Esta tendência manifesta-se já no novo Iskra" (p. 88).
Esta passagem é uma coleção de "pérolas" duma rara riqueza. 1) As palavras sobre a aliança com os liberais são uma completa embrulhada. Ninguém falou sequer de uma aliança, camarada Mártov, mas apenas de acordos provisórios ou particulares. São coisas muito diferentes. 2) Se na sua resolução Plekhánov não fala de uma "aliança" inacreditável e só fala, em geral, de "apoio", isso não é um defeito, mas um mérito da sua resolução. 3) O camarada Mártov não seria capaz de se dar ao trabalho de nos explicar o que caracteriza, em geral, as "tendências martinovianas."? Não vai dizer-nos qual é a relação destas tendências com o oportunismo? Não quererá ver a relação dessas tendências com o parágrafo primeiro dos estatutos? 4) Na verdade, estou a arder de impaciência para ouvir o camarada Mártov dizer como se manifestaram as "tendências martinovianas" no "novo" Iskra. Peço-lhe, camarada Mártov, livre-me o mais rapidamente possível dos tormentos da espera!

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